Esta postagem do Márcio Pochmann tem tantas falhas que achei por bem fazer um fio para enumerá-las.
Vem comigo que é inacreditável:
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1. Antes de tudo, é uma lista de 20 países que ele diz serem comparáveis ao Brasil. Qual o critério de constarem os diminutos Portugal e Grécia e não nossa vizinha Argentina?
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2. O formato é deveras bizarro – apenas consta mais ou menos, mas não quanto mais ou quanto menos. Economista não deveria fazer análise binária, correto? Há de se saber se o quão significativas as diferenças são.
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3. Quanto ao conteúdo, ele cita a fonte: o GFS do FMI.
Entrando lá, não tem como filtrar despesa primária, apenas despesa total e despesa com juros. Mas OK, eu baixei os dois e calculei… preparem-se!
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4. Comparem a minha tabela com a do Pochmann e vejam que os países que gastam mais (em vermelho) estão totalmente diferentes – Chile, por exemplo, nunca chegou nem perto de ter gasto primário igual ao do Brasil.
(Nota: por que raios ele não colocou em ordem alfabética?)⬇️
5. Por via das dúvidas, há outro local no qual dá para baixar o gasto primário no FMI: o datamapper.
Os números são praticamente iguais aos que calculei pelo GFS, com pequenas diferenças em casas decimais, deve ser algum detalhe na metodologia. ⬇️
imf.org/external/datam…
6. Lembrando que Pochmann é presidente do importantíssimo IBGE e está dando pitaco num tema que não lhe é subordinado.
Mas o grave mesmo é fazê-lo se valendo de informações falsas. Cadê o perfil do @alexandre quando mais precisamos dele?
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7. Notem que ele posta como pessoa física, mas indiretamente acaba manchando a imagem do IBGE, que lhe é subordinado, e dá munição àqueles que dizem que o IBGE supostamente maquia dados (algo para o que não há indícios).
Independente de você ter este ou aquele direcionamento ideológico, você acha que ele tem perfil técnico e moral para continuar à frente do IBGE?